A prospecção espeleológica consiste na localização e identificação de cavidades na área de interesse. Nos processos de licenciamento ambiental, essa atividade geralmente abrange a área diretamente afetada (ADA) e seu entorno (ex. 250m), no intuito de identificar quais cavernas estão susceptíveis a impactos diretos e indiretos pelo empreendimento.

Para esses estudos, planejamos caminhamentos otimizados conforme a potencialidade espeleológica local, elaborada a partir de dados oficiais (CECAV) e análises estatísticas considerando características da área de estudo.

Nos estudos topográficos, focamos no mapeamento das cavernas para obtermos dimensões precisas em desenvolvimento linear, projeção horizontal, desnível, área e volume. Ademais, a partir da planta baixa e cortes, determinamos o padrão planimétrico da cavidade dentre outras informações essenciais para demais avaliações multidisciplinares (ex. arqueologia, geoespeleologia, biologia subterrânea, sismologia, dentre outros).

Elaboramos os mapas nos níveis de precisão estabelecidos pela British Cave Research Association (BCRA) (ex. 4C, 5D). Temos ainda expertise na elaboração de mapas tridimensionais a partir do escaneamento digital (Laser Scanner 3D).

Nossa avaliação geoespeleológica visa caracterizar fisicamente as cavernas e a paisagem cárstica. Para tal, avaliamos o contexto geomorfológico de inserção, os litotipos, morfologia, gênese, depósitos clásticos, químicos e orgânicos.

Consideramos ainda aspectos socioeconômicos e culturais, além de elaborar descrição detalhada do estado de conservação das cavidades e de seu entorno imediato.

A área de influência espeleológica refere-se à região ao redor de uma cavidade natural que pode afetar direta ou indiretamente a integridade física, biológica e ecológica do ambiente subterrâneo. A regulamentação desse conceito é detalhada na Instrução Normativa nº 2, de 30 de agosto de 2017, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). A Portaria 887, de 15 de julho de 1990, do IBAMA, estabelece que qualquer empreendimento ou atividade que possa impactar cavidades naturais subterrâneas deve realizar estudos espeleológicos detalhados para identificar a área de influência das cavidades.

Por meio desses estudos, atuamos em prol da preservação das características físicas, biológicas e ambientais das cavernas, garantindo a proteção de espécies endêmicas e da biodiversidade associada. A regulamentação visa assegurar que as ações humanas não comprometam a integridade das cavidades, promovendo a conservação e o manejo sustentável desses ecossistemas.

Avaliamos aptidão turística de cavernas através de critérios técnicos, baseado em estética, dimensão do habitat, ornamentações, espaços internos, recursos hídricos, comunidade faunística presente, vetores, capacidade de carga, dentre outros. A partir desses critérios, estabelecemos a potencialidade considerando seus respectivos scores (notas), fornecendo finalmente sua competência absoluta para o aproveitamento turístico.

Para as cavidades com tal potencial, desenvolvemos percurso turístico específico, contemplando grau de dificuldade, acessos externos, potencialidades indiretas e fatores históricos culturais.

A análise de relevância de cavidades é regulamentada pelo Decreto Federal nº 6.640 de 2008 e pela Instrução Normativa nº 2 de 2017, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). A instrução normativa estabelece critérios de proteção para cavidades naturais subterrâneas, exigindo que estudos de impacto ambiental incluam a avaliação da importância ecológica dessas cavidades.

Através desses estudos, que são obrigatórios para o licenciamento ambiental de empreendimentos que possam afetar esses habitats, garantimos a proteção integral das cavidades de máxima relevância e protegemos as espécies que dependem desses ambientes. A análise de relevância de cavidades contribui para o conhecimento e conservação biológica, além de subsidiar o manejo sustentável do patrimônio espeleológico brasileiro.

Nesses projetos, elaboramos e executamos os programas necessários para uso e conservação do patrimônio espeleológico em empreendimentos. Tais programas contemplam avaliação de impactos, monitoramento, compensação e resgate espeleológico.

Nesse processo, balizamos proposições para aplicação local, específica por projeto. Ainda, observamos sempre as oportunidades tecnológicas, estatísticas e legais para aplicações sustentáveis e com excelência técnica.

Nossos planos de manejo norteiam o uso turístico sustentável do patrimônio espeleológico, com foco em conservação, viabilidade financeira e educação ambiental.

Nesses estudos, definimos diretrizes para a gestão das atividades, zoneamento ambiental, programas de uso, educação e manejo para o aproveitamento adequado destes ecossistemas.

Atuamos em diversos segmentos da biologia subterrânea, abrangendo ecologia, taxonomia, desenho amostral, planejamento, gestão estratégica, dentre outros. Nos diagnósticos, fonte de dados para diferentes fins (ex. análise de relevância, delimitação das áreas de influência sobre cavidades, monitoramento espeleológico), buscamos inventariar toda fauna presente e determinar os padrões de estruturação da comunidade cavernícola.

Ainda, identificamos quais espécies são exclusivas ao ambiente subterrâneo (troglóbias), com participação de especialistas e em parceria com diversas instituições de pesquisa (ex. UFLA, Butantan, UEPB, ITV). Por fim, desenvolvemos neste tema estudos específicos, planejando o desenho amostral adequado, processos laboratoriais e análises estatísticas conforme o escopo/demanda.

Nesses programas, focamos na conscientização e formação de profissionais em temáticas relacionadas a cavernas e paisagens cársticas.

Isso inclui programas de formação espeleológica, cursos/palestras para públicos diversos, elaboração de material educativo e treinamentos em geral (ex. técnicos, gestão, saúde e segurança).